Lixo espacial (ou “quem cospe para cima…”)

Uma curta, meio off-topic, mas ainda assim a ver com tecnologia: uma foto da quantidade de lixo espacial divulgada pela ESA (agência espacial européia) e publicada pela BBC realmente assusta.

Divulgação/ESA

Segundo a BBC, cientistas norte-americanos afirmam que há uma possibilidade de, em vinte anos, já não ser possível realizar operações em órbitas mais próximas da Terra. Lá em cima ou aqui em baixo, o lixo vai se tornando uma preocupação —como a sociedade do futuro vai lidar com ele?

E no final, a publicidade paga a conta

No final da semana passada chegou aqui no Ocidente a notícia de que haverá máquinas de venda de refrigerantes e doces no Japão que “darão” víveres gratuitamente a seus clientes contanto que eles vejam anúncios publicitários (leia mais).

Acabei de voltar de um café em que discutíamos, eu e dois colegas, modelos de TV pública na Europa. Na Alemanha e no Reino Unido há, por exemplo, impostos (sim, pasme) que a população banca para manter a TV aberta —neste último país, estamos falando de BBC e Channel 4.

Meu amigo brasileiro, que reside atualmente em Berlim, sonega —declara ao governo que possui apenas rádio em casa, e paga cerca de 19 euros a cada bimestre por isso. Disse que já recebeu a visita de um inspetor, que não chegou a entrar em sua casa, mas perguntou a ele se ele não possuía um aparelho de TV. Rolam, inclusive, lendas urbanas —o governo teria radares que detectariam a presença de televisores. Com medo, talvez, as pessoas pagam.

Tudo bobagem (a história do radar). Mas o fato é que paga-se para ter acesso a uma programação de qualidade. Enquanto isso, canais como a BBC exigem que até seus parceiros (como portais brasileiros) excluam vinhetas de publicidade de canais em que seus vídeos sejam exibidos.

Eis uma discussão super legal… a gente quer refrigerante, Web e TV de graça. Mas o ditado está certo: não há almoço de graça. Alguém sempre paga a conta. Nas máquinas de venda do Japão e na Internet brasileira, quem paga é a publicidade. E apesar de todos os discursos pró-isenção do jornalismo que hoje existem, pequenos produtores só vingam fazendo algo com um grande patrocinador por trás.

Aí o conteúdo é gratuito para o usuário, claro. Mas o quanto ele está perdendo, de verdade, em acesso a conhecimento, quando o conteúdo a que é exposto é produzido seguindo determinados interesses? Quem é mais fácil pressionar —uma rede de TV que sustento com “impostos” todo ano, ou o veículo que tem o rabo preso com o assinante?

Web 3D para quê?

Os criadores do Second Life —mistura de Orkut e “The Sims” que permite aos usuários levar seus personagens por um universo virtual 3D— vão disponibilizar o código-fonte da aplicação cliente e também do servidor em formato aberto.

Segundo o blog português Engrenagem, este pode ser um ponto de partida para que o formato de Web 3D se espalhe e vire uma espécie de “novo padrão” de navegação.

Há anos cobrindo o setor de tecnologia ouço rumores de que a Microsoft estuda interfaces 3D de navegação para o próprio sistema operacional. Há muita pesquisa e protótipos neste meio, inclusive a ausência de interface proposta por Jeff Han no TED (Technology, Entertainment, Design; veja a lista com todos os vídeos das palestras).

Mas será que isso realmente vai valer a pena? Vi uma simulação da IBM em seu estande na Cebit 2007, que aconteceu em Hannover em março último. Demorava tanto para “chegar” até tal loja virtual, subir até o andar de livros e encontrar a prateleira desejada…

Não é muito mais fácil ter um site limpo, com um campo de busca e um botão “Estou com sorte”?

Cérebros, cérebros, mais cérebros

Imagine um congresso que reúna, durante alguns dias, gente que efetivamente (re)pensa o mundo em que vive, e mais do que isso —coloca as idéias em prática. Eis o TED, um dos espaços-tempo mais bacanas para estar hoje em dia. Rola anualmente na Califórnia, e a edição 2007 acontece até o dia 10 de março próximo.

Na conferência dá para encontrar pensadores do nível de um Richard Dawkings, autor de “O gene egoísta”; Jeff Han, um dos caras que mais pensa em interface hoje em dia; Jimmy Wales, criador da Wikipedia; Nicholas Negroponte, do MIT e do laptop de US$ 100… só gente “pequena”. Discutindo entre apresentações de dança, Tracy Chapman, Peter Gabriel…

Os links acima vão para os vídeos de cada um dos protagonistas nos últimos anos. Este link aqui leva para uma página com todos os vídeos das apresentações. Vale “perder” esses minutos.

The Machine is Us/ing Us

A máquina nos usa. A máquina somos nós. Na lógica Aristotélica, o paradoxo muito bem apresentado por um professor universitário do Kansas numa produção que ele dividiu com o mundo pelo Youtube poderia muito bem levar a pensar que, no mundo pós-moderno e virtual, exploramos a nós mesmos… a la “Ilha das flores“.

O raciocínio do vídeo é bem legal. Para quem viu desde a infância/adolescência o crescimento da Internet —e, como no meu caso, teve o prazer de participar um pouco disso— faz pensar que essa revolução toda está só no começo… sit back, relax ‘n enjoy!

Gargalo cerebral (ou porque você não deveria falar ao telefone enquanto dirige)

Cientistas norte-americanos descobriram que o cérebro fica “congestionado” quando você tenta fazer duas coisas ao mesmo tempo, como atender ao celular enquanto dirige ou conversar presencialmente com alguém enquanto digita. Os pesquisadores agora só precisam convencer os chefes sobre isso (se, claro, os cérebros deles não estiverem congestionados demais).

Elixir salutar (ou politicamente correto?)

A Coca-cola promete colocar à venda em novembro nos EUA uma nova bebida, à base de chá verde e cafeína, capaz de “queimar calorias”. Segundo a empresa, três latas por dia equivalem a uma perda calórica entre 60 kcal e 100 kcal.

Agora, cá entre nós: cafeína já é uma substância que leva à dependência. Somada ao regime (que, embora muitas vezes não funcione, também é um vício) —será a retrobulimia. Tomar chá da Coca-cola o dia inteiro para emagrecer.

Mais um episódio da ditadura das Giseles…

Empresa cria gato transgênico

Mais um precedente do Admirável Mundo Novo —além de milho e soja, agora também existem gatos transgênicos. Uma empresa norte-americana desenvolveu uma linhagem de bichanos hipoalergênicos, isolando e retirando o gene responsável pela alergia de humanos aos pelos do animal. O “produto” (e não é?) custa US$ 3.950. E já vem devidamente castrado.

Já imaginou como vai ser “produzir” filhos daqui a algum tempo?