O chamado “conteúdo do público”, ou o jornalismo colaborativo praticado nos grandes portais brasileiros obedece ao critério de apuração e checagem dos fatos, tão caro ao jornalismo? O público brasileiro já consegue exercer um “papel ativo” no processo de coleta e processamento de informações, como pregam Bowman e Willis (2003, p. 9)?
Para tentar responder a estas questões, o estudo procurou diferenciar o material publicado nos veículos colaborativos brasileiros quanto ao grau de apuração que demonstravam. Das 165 matérias avaliadas, 43% (71) foram identificadas como mero flagrante da realidade. Aqui entendemos o flagrante como um simples registro de um acontecimento em foto ou vídeo, sem informações de contextualização ou checagem de dados com fontes oficiais e/ou testemunhas, o que ocorreu em mais da metade (57%) dos casos. Neste critério de avaliação emerge uma diferença significativa entre VC Repórter e VC no G1 quando observados individualmente. No serviço do portal Terra, apenas 35% (27) das notícias foram consideradas como flagrante da realidade, contra 75% (44) do material publicado pelo site de jornalismo participativo da Globo.com.