Pra quê tanto celular?

O Brasil fechou 2007 com 120 milhões de celulares, um alcance de praticamente 60% da população. Super bacana, democracia, inclusão digital etc. Mas fico aqui com uma pulga atrás da orelha… nos corredores da academia, já ouvi falar sobre estudos que tentam explicar a fixação do brasileiro por tênis caros —uma forma de buscar status social em um país em que escravos não usavam sapatos.
“Em vez apenas dos apanágios exteriores de raça, dentro da complexa ritualística que, como conseqüência da maior proximidade social entre os diversos estratos sociais que a urbanização enseja, instaura-se no país nessa época, como a forma de vestimenta, a comida, o modo de transporte, o jeito de andar, o tipo de sapato, etc., temos, a partir de então, um elemento diferenciador novo. Esse elemento é revolucionário no melhor sentido burguês do termo, posto que ‘interno’ e não ‘externo’, sendo antes uma substância e um conteúdo do que uma aparência, mais ligados portanto a qualidades e talentos pessoais que a privilégios herdados (SOUZA, 2000, p. 241-2).” (Acessado aqui, em 22/01/2008)

Será que há no Brasil 120 milhões de pessoas que realmente precisam de celular (lembrando que 80,66% da base instalada é de pré-pagos, o verdadeiro terror das operadoras)? Ou será esta apenas mais uma forma de buscar reconhecimento social? Pergunto-me…

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